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sábado, janeiro 30, 2016

São Rafael Arnáiz Barón

"A alma busca seus consolos na paz tranqüila, quieta e sossegada de quem nada espera."

Deixe que Deus se apodere de ti e então terás a paz!"

S. Rafael Arnáiz Barón, OCSO

“Que grande é Deus! Que bem ordena os acontecimentos sempre para sua glória!
Só Deus preenche a alma..., e a preenche toda!
A verdadeira felicidade se encontra em Deus e somente em Deus.
O que não tem a Deus necessita de consolo; mas o que ama a Deus, que maior consolo?
Como se inunda minha alma de caridade verdadeira até o homem, até o irmão débil, enfermo...! Se o mundo soubesse o que é amar um pouco a Deus, também amaria ao próximo.
Ao amar a Jesus, forçosamente se ama o que Ele ama.--
A única verdade é Cristo.
Fiz o voto de amar sempre a Jesus. Virgem Maria, ajuda-me a cumprir meu voto.
Para Jesus tudo, e tudo para sempre, para sempre”.


«Suponha que tu estás em tua casa enfermo, cheio de cuidados e atenções, quase tolhido, inútil, em uma palavra, incapaz de valer-te. Mas um dia visses passar debaixo de tua janela. a Jesus... Se visses que a Jesus seguia uma turba de pecadores, de pobres, de enfermos, de leprosos. Se visses que Jesus te chamava e te dava um lugar em seu séquito, e te olhasse com seus olhos divinos que desprendiam amor, ternura, perdão, e te dissesse: Por que não me segues?... Tu, que farias? Acaso lhe ia responder: Senhor, eu te seguiria se me desses um enfermeiro, se me desses meios para seguir-te com comodidade e sem perigo para minha saúde... Te seguiria se estivesse sadio e forte para poder-me valer?

Não, certamente que se tivesses visto a doçura dos olhos de Jesus, nada disso lhe terias dito, senão que terias te levantado de teu leito, sem pensar em cuidados, sem pensar em ti para nada, terias te unido, ainda que tivesses sido o último, veja bem, o último, à comitiva de Jesus, e lhe terias dito: Vou, Senhor, não me importam minhas doenças, nem a morte, nem comer, nem dormir... Se Tu me admites, vou. Se Tu queres, podes curar-me... Não me impor¬ta que o caminho por onde me leves seja difícil, seja abrupto e esteja cheio de espinhos. Não me importa se queres que morra contigo em uma cruz».


Dispostos a seguir-lhe até o final?
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O voto – San Isidro 

Voto de amar sempre a Jesus


“Na oração desta manhã fiz um voto. Fiz o voto de amar sempre a Jesus.

Me dei conta de minha vocação. Não sou religioso..., não sou leigo..., não sou nada... Bendito Deus, não sou nada mais que uma alma enamorada de Cristo. Ele não quer mais que meu amor, e me quer desprendido de tudo e de todos.

Virgem Maria, ajuda-me a cumprir meu voto!

Amar a Jesus, em tudo, por tudo e sempre... Só amor. Amor humilde, generoso, desprendido, mortificado, em silêncio… Que minha vida não seja mais que um ato de amor.

Bem vejo que a vontade de Deus é que não faça os votos religiosos, nem seguir a Regra de São Bento. Hei de querer, eu, o que não quer Deus?

Jesus me manda uma enfermidade incurável; é sua vontade que humilhe minha soberba ante as misérias de minha carne. Deus me envia a enfermidade. Não hei de amar tudo o que Jesus me envie?

Beijo com imenso carinho a mão bendita de Deus que dá a saúde quando quer e a tira quando Lhe apraz.

Dizia Jó, que depois recebemos com alegria os bens de Deus. Por que não havemos de receber assim também os males? Mas acaso tudo isso me impede de amar-Lhe?... Não, com loucura devo fazê-lo.

Vida de amor, eis aqui minha Regra..., meu voto... Eis aqui a única razão de viver.

Começa o ano de 1938. Que me prepara Deus nele? Não sei... Talvez não importe?... Fora ofender-Lhe tudo o mais dá no mesmo... Sou de Deus, que faça comigo o que quiser. Eu hoje Lhe ofereço um novo ano, no qual não quero que reine mais que uma vida de sacrifício, de abnegação, de desprendimento, e guiada somente pelo amor a Jesus, por um amor muito grande e muito puro.

Quisera meu Senhor, amar-Te como ninguém. Quisera passar esta vida tocando o chão somente com os pés, sem deter-me em olhar em mim tanta miséria, sem deter-me em nenhuma criatura, com o coração abrasado de amor divino e sustentado pela esperança.

Quisera, Senhor, olhar somente ao céu, onde Tu me esperas, onde está Maria, onde estão os santos e os anjos, bendizendo-Te pela eternidade e passando pelo mundo somente amando tua lei e observando teus divinos preceitos.

Ah, Senhor, quanto quisera amar-Te!.... Ajuda-me, minha Mãe!.
Hei de amar a solidão, pois Deus nela me põe.
Hei de obedecer às cegas, pois é o que Deus me ordena.
Hei de mortificar continuamente meus sentidos.
Hei de ter paciência na vida de comunidade.
Hei de exercitar-me na humildade.
Hei de fazer tudo por Deus e por Maria”.


São Rafael Arnáiz Barón
Notas de consciência
01 de janeiro de 1938 

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