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terça-feira, abril 06, 2010

Imprensa vendida

 
Recebi esse texto e penso que é por aí mesmo! Uma grande campanha de difamação da Igreja. Reconhecer os erros, a Igreja reconhece. Mas que toda ela seja execrada e abominada, como se só tivesse feito o mal, aí não! Que os culpados sejam identificados, julgados, condenados e paguem pelo seu erro, sim. Mas daí a enxovalhar toda a Igreja, não!

JORNALISTAS VENDIDOS

Ultimamente tenho compreendido porque o jornalismo pode, hoje, ser exercido sem curso superior. Acredito que um dia os jornalistas se valeram daquela premissa de que sua função era a de informar. Parece-me que com o tempo a corrupção de interesses levou nossos comunicadores para outro rumo. A disputa acirrada do mercado e dos anunciantes tem transformado os jornais, revistas, canais de televisão e agências de notícias em verdadeiras empresas e, consequentemente, aquelas que despertarem maior curiosidade com suas “manchetes bombásticas” levam a melhor. Sem contar o compromisso prostituto dessas empresas com o consumismo feroz, porque se seus anúncios não venderem, quem anunciará? Como um jornal pode ser imparcial com essa fome de dinheiro? Somando a isso a formação medíocre dos jornalistas, estou me referindo aos que se dizem formadores de opinião neste País – e fora dele.
Acredito que tudo se acentua quando o tema é a religião, especialmente a com maior influência em boa parte do mundo, o catolicismo. Por ser, talvez, a entidade de maior credibilidade do Ocidente, a Igreja Católica Apostólica Romana se torna um prato cheio para quem quer poder e assumir um lugar conquistado pelos séculos. Com os casos dos padres pedófilos essa imprensa vendida – que não é a mesma imprensa de outrora – juntou a fome com a vontade de comer. Como sacerdote católico, poderia dizer que o que estão fazendo com a generalização desses casos isolados para toda Igreja seria obra diabólica ou satânica, ou anti-católica, mas não digo isso. O negócio em jogo é poder mesmo, é dinheiro, e também a mediocridade e pouco conhecimento da Igreja por parte desses preguiçosos da imprensa, que se utilizam apenas das funções “copiar” e “colar” nos seus modernos computadores, demonstrando total incapacidade para discorrer sobre assuntos referentes à Igreja. Exemplo: o papa Bento XVI enviou, no dia 20 de março (veja bem a data!), uma Carta aos Católicos da Irlanda demonstrando total “assombro” a notícia dos casos de pedofilia naquele país: “Não posso deixar de partilhar o pavor e a sensação de traição que muitos de vós experimentastes ao tomar conhecimento destes atos pecaminosos e criminais e do modo como as autoridades da Igreja na Irlanda os enfrentaram”. Hoje, 4 de abril, ainda leio dia após dia o Jornal A Folha de São Paulo insistindo que o papa nada disse na Semana Santa a respeito dos casos. Esse fingimento cínico e nefasto do jornal é pior do que aqueles programas sensacionalistas de fim de tarde. Empurrando o assunto pra frente, repercutindo o “nada aconteceu” do dia anterior desperta a indignação de qualquer católico. A imprensa ressalva e insiste em destacar a insatisfação das famílias vitimadas pelos pedófilos com relação à carta do papa. É claro que qualquer palavra do papa – ou de quem fosse-  seria insuficiente para consolar esses corações feridos, em contrapartida a imprensa minimiza o que seria uma condenação clara do Santo Padre a estes abusos: “Traístes a confiança que os jovens inocentes e os seus pais tinham em vós. Por isto deveis responder diante de Deus onipotente, assim como diante de tribunais devidamente constituídos”.
Por isso minha indignação: Eles querem que a Igreja pareça indiferente e acuada com os fatos. Insistindo no fato de que o papa nada disse na Semana Santa a respeito deste assunto eles tentam minar a credibilidade da nossa Igreja. E mais, tentam incluir o papa, que exerceu por muitos anos a função de Prefeito da Congregação para a  Doutrina da Fé e jamais foi questionado ou sequer caluniado por qualquer coisa mesmo sendo duro em alguns momentos com teólogos e doutrinas estranhas. Aproveitam para vender mais, anunciar mais, encher os bolsos dos colunistas. As Empresas Jornalísticas desconhecem a história. Mas isso não intimida a Igreja. Ela já se deparou com afrontas muito piores do que estas na sua caminhada milenar. Aliás, a própria imprensa esquece que sua origem está fincada no próprio catolicismo e aqui me valho das palavras de Cristo: “Um servo nunca é maior do que o seu senhor” (Jo15,20). Desconhece que a Igreja Católica não é o papa, a Igreja Católica são 1 bilhão de pessoas. Não imagino que sejam tão ousados de querer a inimizade de tanta gente. O problema não é informar, não é falar desses casos condenáveis. O problema é fingir que a Igreja está feliz com isso tudo. O problema é vender a imagem de que não são apenas alguns clérigos envolvidos, mas a Igreja toda envolvida. Esta é a pior mentira desses meios vendidos de comunicação. Vejo claramente uma tentativa pobre e podre de associar a Igreja à pedofilia. Querem passar a imagem de quem apóia a Igreja e o papa apóia consequentemente estes crimes absurdos. Ironizam os bispos e padres que se pronunciam condenando e ratificando a perplexidade da Igreja diante dos fatos. Ou seja, usam tudo contra a Igreja, transformam tudo segundo seus caprichos.
Porque a Igreja deixaria de cumprir sua missão no mundo para ficar se explicando de um assunto pela qual ela já se manifestou, tanto o papa, como outros membros da hierarquia? Ainda mais para empresas jornalísticas. Deixaram de ser imprensa, são apenas empresas que tem interesses. O problema é que essas empresas falam da Igreja como se ela fosse um grupo de meia dúzia de clérigos e os separa da grande multidão de fiéis. Erram feio, porque a Igreja é um Corpo. Por dois mil anos se vive a certeza de que a Igreja é um Corpo unido, mesmo que alguns membros deste corpo sejam cortados - e quando necessário ela não exita em fazê-lo (MT 5,30). 
A Igreja é muito maior do que esses casos. É a maior entidade em obras de caridade em todo o globo terrestre. Os católicos - e muitos não católicos - sabem o que a Igreja faz em suas comunidades, são testemunhas militantes: crianças subnutridas que ganham saúde e esperança, jovens dependentes das drogas que restabelecem sua vontade de viver, famílias inteiras assistidas pelo quilo de cada fiel católico doado em gesto de partilha, pessoas perdidas que encontram seu lugar para recomeçar. Será que essa imprensa vendida não quer visitar essas periferias da vida para mostrar o trabalho dos padres e agentes de pastoral? Julgo que não, porque isso não desperta a curiosidade do mercado, já que são coisas mais do que cotidianas, fazem parte da história, da vida e da fé nos lugares onde existe uma Igreja Católica Apostólica Romana.

Padre Renato Aparecido da Cruz Souto – Padre Renatinho
Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Santo André

           
             

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