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sábado, fevereiro 25, 2006

De noite, mesmo de noite.

Cantar da alma que se alegra em conhecer a Deus pela Fé
(Toledo, cárcere - 1578) S. João da Cruz


Jesus e a Samaritana


Que bem sei eu a fonte que mana e corre mesmo de noite



1. Aquela eterna fonte está escondida,
mas bem sei onde tem sua guarida,
mesmo de noite.

2. Sua origem não a sei, pois não a tem,
Mas sei que toda a origem dela vem,
mesmo de noite.

3. Sei que não pode haver coisa tão bela,
E que os céus e a terra bebem dela,
mesmo de noite.

4. Eu sei que nela o fundo não se pode achar,
E que ninguém pode nela a vau passar,
mesmo de noite.

5. Sua claridade nunca é obscurecida,
e sei que toda a luz dela é nascida,
mesmo de noite.

6. Sei que tão caudalosas são suas correntes,
Que céus e infernos regam, e as gentes,
mesmo de noite.

7. A corrente que desta fonte vem
É forte e poderosa, eu sei-o bem,
mesmo de noite.

8. A corrente que destas duas procede,
Sei que nenhuma delas a precede,
mesmo de noite.

9. Aquela eterna fonte está escondida
Neste Pão Vivo para dar-nos vida,
mesmo de noite.

10. De lá está chamando as criaturas,
Que nela se saciam às escuras,
mesmo de noite.

11. Aquela viva fonte que desejo,
Neste Pão de vida já a vejo,
mesmo de noite.


"Mas aquele que beber da água que eu lhe der jamais terá sede. Mas a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água viva, que jorrará até a vida eterna." (Jo 4,14)

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