Postal de Natal

Orai sem Cessar

Queridas(os),
O Juliano, da Paulus livraria em BH, ofereceu-me gentilmente o livro do Pe. Sérgio Raupp, de Porto Alegre, "Orai sem Cessar", que trata da oração contemplativa, e tem uma ênfase na Meditação Cristã.
A MC é uma espécie de "prima" da OC, mas tem algumas diferenças básicas:
Na OC: o que chamamos de 'palavra sagrada', ou 'palavra de amor', que deve ser de uma sílaba ou duas, de acordo com o autor da "Nuvem do Não-Saber", de onde nosso método foi extraído, na MC é chamado de 'Mantra', e recomendam muito, que seja a palavra "Maranatha", que deve ser repetida incessantemente, durante os 20 ou 30 minutos da meditação.
Na OC, NÃO REPETIMOS a nossa 'palavra sagrada', ou 'palavra de amor'.
Nós a oferecemos ao Senhor no início da nossa meditação, e ela representa nossa "Intenção", de estar na Presença do Senhor durante aquele período. Representa também nosso "Consentimento" à sua Ação e Presença em nós! Dizemos Sim a Deus, para o quer que seja. Voltamos a ela, apenas quando nos percebemos distantes da nossa Intenção primeira. No início são muitos distanciamentos, mas com o tempo vamos ficando mais e mais com o Amor!
Para o Senhor, nossa Intenção basta, como ato de amor. Ele SABE que como crianças distraídas que somos, sempre estaremos nos 'ausentando'. Ele nos ama, incondicionalmente e indepentemente do que façamos. A criança recém-nascida, no colo da mãe, é amada e aceita, e isto não depende de nenhuma condição prévia. O bebê recém-nascido não precisou fazer nada para ser amado, apenas existe! Para Deus também.
Nós é que muito infantilmente achamos que precisamos 'ter a mente vazia', 'não pensar em nada', etc, como se isto fosse possível! Sempre as pessoas nos dizem, ao iniciar-se na OC: "Ah, minha mente!!! Lutei o tempo todo contra os pensamentos, foi muito difícil, não consegui me aquietar, etc e tal".
Não temos que 'fazer nada', mas aceitar o fato de que estamos na Presença Amorosa do Senhor. Como quando estamos com nossos pais, amigos, cônjuges, nem sempre precisamos falar nada, não é? E somos amados e amamos!
É um 'estar juntos', no Silêncio, e pronto!
À medida que perseveramos nessa prática diária, fielmente, vamos nos percebendo sempre e mais vivendo na Presença. É talvez como sintonizar uma daquelas rádios AM. Você de tanto tentar sintonizar, acaba achando aquela rádio até de olhos fechados. A OC nos ensina a 'sintonizar' em Deus!
A OC nos leva a vivenciar nossa Fé, no Deus Vivo, como uma Relação Amorosa,  uma Certeza de que, haja o que houver, Ele Caminha Conosco!!!!!
E o que mais queremos?
Tudo é passageiro, transitório, sabemos disso. Vemos as mudanças em nossas vidas, nas das pessoas, no mundo, a cada instante. E sabemos que como diz Sta. Teresa de Ávila, "Só Deus não muda!"
E estamos com Ele, que nos ama e nos quer Consigo! E como lemos na leitura de domingo passado, "Somos carne de Sua carne e ossos dos Seus ossos!"
Nada nos poderá separar do amor de Cristo, que é Verdadeiro, Pleno e o Único que nos preenche verdadeiramente! E por Amor d'Ele, amamos e cuidamos de todos os que Ele colocou em nossa vida! Estamos aqui, a Serviço do Amor!
Um beijo grande, fiquemos unidos(as) n'Ele! Preparando-nos para viver o Advento, celebrar novamente o Natal de Jesus, que escolheu a choupana do nosso coração pobre e atravancado, sujo e feio às vezes, para habitar! Deus veio morar no meio de nós, para sempre! Não precisamos sair comprando ilusão para preencher nossa carência, pois esse lugar só Ele preenche!
jandira

Retirinho Nov/2010

Queridas(os),
Ontem fizemos nosso 'retirinho'. Chamamos 'retirinho', porque é apenas um dia. Geralmente um sábado, que acontece em alguns meses do ano, para os que estãos nos grupos da OC, ou desejam se iniciar nela.  Estamos  pretendendo com a graça de Deus fazê-lo mensalmente, a partir do próximo ano, isto é, depois das férias.
Fomos para o sítio da Laís, um lugar abençoado, cheio de paz, silêncio, belezas naturais, passarinhos mil, borboletas azuis, flores e plantas nativas da região, tudo muito lindo. O dia ensolarado, agradável, céu azul, nuvens brancas, esparsas, sendo que há poucos dias só estávamos tendo dias nublados e chuvosos. Hoje por exemplo, já amanheceu nublado, embora quente e sem chuva.
Fomos 7 pessoas: Eu, Laís, Edmundo, Abigail, Ana, Adma e Heloísa.
Só temos que agradecer, um dia onde pudemos vivenciar o silêncio, a OC, a LD, a fraternidade, o amor, a solidariedade e gentileza, nos pequenos gestos, que infelizmente nossa sociedade de hoje está perdendo. Um clima de muita serenidade, partilha e beleza!
Encerrando o Ano Litúrgico, hoje, sendo festa de Cristo Rei, que já começamos a celebrar ontem. Dia de Ação de Graças por tudo que Ele nos permitiu viver, nos alegrar e também partilhar em Seu Sofrimento, em alguns momentos de nossas vidas. Isto faz parte. Não podemos separar a vida em bons e maus momentos, desejando que tudo seja 'só flores'. Isto só existe na nossa mente, quando nos distanciamos do viver Cristão, que certamente inclui a Cruz! Ela é nosso 'passaporte', nossa 'senha', para entrarmos na Casa do Pai, e termos direito a todos os Seus bens.
Na leitura de hoje, na Missa, o povo hebreu diz a Davi, 'Somos tua carne e teus ossos'.
Nós também somos 'Carne e Ossos' de Jesus. Desde que Ele assumiu nossa humanidade, quis ser um de nós. Nossa carne - humanidade foi/é redimida, restaurada, somos seres a caminho da Ressurreição!
Um Feliz Dia de Cristo-Rei a todos(as), dia de AGRADECER, principalmente.
Um beijo grande a todos(as), que fazem parte da minha caminhada.
Muitas bênçãos, saúde, paz e alegria a todos, meus irmãs e irmãs em Cristo,

Traduçãozinha

Olá queridas(os),
Vai uma pequena tradução de um texto de um livro muito lindo:

"O bem-amado de Deus (não sei mais se tem hífen ou não)
busca apenas se consagrar inteiramente ao Senhor
e agarrar-se a Ele somente,
de modo a andar pelo caminho de seus mandamentos
e reverenciar a ofuscante Presença
do Espírito de Cristo,
até que se torne um com o Senhor,
como diz o Apóstolo." (S. Macário, o Grande)

tradução livre do número 48, do livro "The book of Mystical Chapters",  Meditations on the soul's ascent, from the Desert Fathers and other early Christian contemplatives), ed. Shambhala, 2002
(livro maravilhoso, tem na Amazon.com)
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E penso que a OC, a LD nos ajudam nessa transformação paulatina no espírito de Cristo. 'Ter a mente de Cristo', como diz S. Paulo, e o Coração também, não é? Pois pela OC vamos nos conhecendo melhor e ao mesmo tempo em que percebemos nossa pequenez, percebemos igualmente ainda que numa escala ínfima, a Grandiosidade do Senhor. E como ainda assim, Ele nos ama, nos busca incessantemente. Ele não nos ama por sermos merecedores, antes pelo contrário, mas ama porque Ele é o Amor! "O Amor que não é amado", como nos lembra S. Francisco.

Um santo domingo a todos(as), lembrando que hoje é o Dia do Senhor! Não é um dia para nos dedicarmos exclusivamente ao descanso, à diversão, às buscas por prazer, mas o dia d'Ele! De O reverenciarmos, O buscarmos no Silêncio, na tranquilidade, na Paz. Na 'solitude', como diria Thomas Merton. Acho que não temos essa palavra em português. Não é o mesmo que 'solidão', porque esta, para nós tem uma conotação meio negativa, de estar só, abandonado, etc... mas a solitude é o estarmos contentes de estarmos sós, sabendo-nos na Presença, sabendo-nos amados, saboreando as pequenas dádivas de contemplar uma flor, ouvir um canto de pássaro, experimentar um tempero na cozinha, colocar uma folhinha de ortelã na boca.... coisinhas simples assim, e ainda assim, nos deliciarmos.
Um ótimo dia para todos(as),
Em Jesus e Maria,
jandira

Resuminhozinho dos videos de Henri Nouwen

Olá queridos(as),
Desses 8 videos de Henri Nouwen, cujo link enviei ontem do Youtube (link:
http://www.youtube.com/watch?v=SFWfYpd0F18&feature=related que infelizmente não tem legenda em português, ele fala do 'Bem-Amado'. Jesus é o Bem-Amado do Pai, mas todos nós também somos, n'Ele, bem-amados do Pai. (Vi os videos apenas uma vez e estou  completando algumas pequenas anotações que fiz, com minhas próprias palavras; não é nada literal, a não ser essas 3 frases iniciais, e as outras em negrito abaixo. O resto é o que me lembro, ok?)

Resumindo muito sucintamente para vcs, o que me tocou mais, ele diz que em geral, quando nos perguntam quem somos nós, pensamos que:

- Eu sou aquilo que faço; (Sou engenheiro, médico, faxineira, etc...)
- Eu sou aquilo que os outros dizem de mim; (Sou bonito(a), sou honesto, sou isso, aquilo, etc.
- Eu sou aquilo que tenho. Tenho muitas posses, sou pobre, e por aí.

E desenvolve com muita paixão seu pensamento, dizendo entre outras coisas que nós não Somos nada disso. Não somos o que fazemos. (E quando não se pode fazer mais nada, quando ficamos velhinhos(as), por exemplo?)

- Não sou o que dizem de mim. Quantas vezes já nos sentimos feridos, injustiçados, por dizerem de nós coisas que não são verdadeiras? E o que diziam de Jesus? Que Ele queria se fazer passar por Filho de Deus, etc?

- Não sou aquilo que tenho - Não somos nossos bens, aquilo que possuímos. E quando perdemos tudo, como é que fica?
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Que nossa vida é como uma pequena linha no tempo. (Traça uma pequena linha no quadro) Por mais que vivamos, nossa vida é pequena, limitada no tempo.

E Henri acrescenta que, seguindo essa pequena linha do tempo, onde nos situamos, ao se aproximar o tempo de nossa morte,  nos apavoramos, temos medo. Mas esse medo é injustificável, porque também não somos nosso corpo, assim como não somos nossos pensamentos, sentimentos, etc.

Que precisamos ouvir a Voz do Primeiro Amor - "Estás gravado(a) na palma de Minha mão", "Com amor eterno eu te amei!", e outras citações onde a Escritura nos diz desse Amor de Deus por nós, muito antes de existirmos aqui na terra.

Que Jesus, o Bem-Amado, na Última Ceia, TOMOU o Pão, ABENÇOOU-o, PARTIU-o, e o DEU aos seus discípulos.

Que nós também, como Bem-amados, somos 'tomados', por Deus (para o serviço d'Ele);
Somos Abençoados por Deus;
(abençoar também, é dizer coisas boas a respeito de). E devemos abençoar sempre, dizer coisas boas aos outros, nossos irmãos a quem servimos.
Somos Partidos (broken), isto é, quebrados. Quantas vezes não somos quebrados, partidos, pela vida, pelo sofrimento? E não devemos maldizer nossa sorte, mas abraçar esse ser partido que somos então. Abraçar nossa Cruz. Colocarmo-nos sob a Bênção, primeira.  E que por último, somos também, como Jesus, 'dados', oferecidos, aos outros, como alimento na caminhada. É para isso, para sermos como Jesus, 'Beloveds', Bem-amados, que viemos ao mundo. E para depois estar com Ele na Glória.

Fala ainda dos 3 disciplinas:
Comunhão - Comunidade - Ministério.

Que geralmente fazemos ao contrário: Começamos um 'ministério', sozinhos, afinal, sempre achamos que podemos tudo sozinhos.
Aí, então, vendo que não conseguimos, formamos uma comunidade, para nos ajudar. E finalmente, quando ainda está difícil, então rezamos: comunhão (com Deus, na oração).

Jesus fazia o contrário: Ia para o monte rezar: Comunhão c/Deus. Depois chamou os discípulos, para formar sua Comunidade, seu grupo de Apóstolos. E finalmente, enviou-os ao Ministério.

Que precisamos escutar a Voz que nos chama de 'Bem-Amados".

Bem, ele fala coisas lindíssimas, mas não dá para anotar tudo, o que lamento.

Espero que estas notas ajudem vcs de alguma forma. A mim me ajudam muito.
Primeiro, por ver o entusiasmo, a força e a veemência com que Henri Nouwen fala, com que urgência ele quer nos passar sua mensagem de Fé e Força. Quanta energia tinha esse Homem de Deus!

Segundo porque as coisas que ele diz, realmente tocam o coração da gente e se tornam para nós, Pão para o Caminho, nome de um livro dele, por sinal.
Envio esse presente para vcs, com um  abraço grande,
n'Ele,
jandira

Henri Nouwen Being the Beloved sermon 1 of 8

Os programas emocionais para a felicidade - TK

Continuando, o texto enviado há dois dias, do livro de Thomas Keating, 'Convite ao Amor - o caminho da contemplação cristã', ed. Loyola.

"A jornada é apresentada na tradição cristã como uma subida. Imagens de escadas e jornadas ascendentes não são poucas. Mas para a maioria de nós que realiza a jornada hoje, numa época em que a psicologia desenvolvimental e uma compreensão maior do inconsciente estão difundidas, a jornada pode ser vista mais adequadamente como uma descida. A direção, pelo menos no início, é rumo a uma confrontação com nossas motivações, nossos programas e nossas respostas emocionais inconscientes. Nossa jornada espiritual não começa com uma 'ficha limpa'. Carregamos conosco um conjunto pronto de valores e idéias preconcebidas que, se não for confrontado e redirecionado, estragará nossa viagem ou então a transformará em farisaísmo, um problema para pessoas religiosas e espirituais."
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O bom da Oração Centrante é que ela nos expõe a esse 'cara-a-cara', com nossas motivações inconscientes. Claro que não é assim, automático. Mas junto com a graça, acontece que somos em determinado momento, mostrados, sem nenhum 'photoshop', (retoque) à nós mesmos, aquilo que somos em verdade. O resultado pode não ser muito agradável porque em geral nos 'pintamos' com cores tão bonitas, não é? Pensamos ser só virtudes e quando 'descemos essa escada', em direção ao profundo de nós mesmos - através do silêncio e da quietude da OC, podemos nos surpreender e até nos assustar. Mas como estamos sendo conduzidos por Alguém que nos ama incondicionalmente, sentimo-nos amparados e apoiados nessa revelação de nós mesmos.
Quem desejar compartilhar o que tem sido a OC em sua vida de oração, sinta-se à vontade. Assim nos ajudamos mutuamente.
abraços em Jesus e Maria,
jandira

Convite ao Amor - TK

"Os programas emocionais de felicidade -

A Oração Contemplativa aborda a condição humana exatamente onde ela está. Essa oração cura as feridas emocionais de toda uma vida. Ela inaugura a possibilidade de experienciar neste mndo a transformação em Cristo à qual o Evangelho nos convida.
Deus quer compartilhar conosco até mesmo nesta vida o máximo de vida divina que podemos encerrar em nós. O chamado do Evangelho, "Segui-me", é para qualquer pessoa batizada. Temos em nós, em virtude de nosso batismo, todos os poderes dados pela graça de que precisamos para seguir Cristo no seio do Pai. A tentativa de fazer isso - de ir mais fundo em direção do amor de Cristo dentro de nós e manifestá-lo mais plenamente no mundo - constitui o núcleo da jornada espiritual."
(do livro de Thomas Keating - "Convite ao Amor", ed.Loyola
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Este é o início do primeiro capítulo deste livro importantíssimo do Pe. Thomas Keating, OCSO.
Todos os apaixonados querem estar juntos. Se somos apaixonados por Deus e queremos estar com Ele, é preciso fazer espaço em nós, buscar disponibilizar algum tempo em nosso dia, para estarmos a sós com Ele.
Como fazia Jesus. Convite ao Amor - Como responder, se não estamos presentes a Ele?
A Oração Centrante é esta oportunidade de estarmos com o Senhor. Ainda que pensemos tendo tantos pensamentos atrapalhe, que nossa mente não pára, este é o caminho. Não é a meta final, mas o Caminho. É por aí que seremos conduzidos pelo Espírito a águas mais e mais profundas.
É proporcionar a nós mesmos a oportunidade de buscar a felicidade onde ela está, voltando-nos para nosso centro mais profundo, onde Ele se esconde.
Vamos lá?
Um abraço apertado,
em Jesus e Maria,
jandira

Jill Bolte Taylor's stroke of insight | Video on TED.com

Jill Bolte Taylor's stroke of insight | Video on TED.com
Muito bacana essa estória, real, para quem sabe inglês.

Retiro da Oração Centrante Belo Hte - 2010

Retiro da Oração Centrante em Belo Hte - maio/2010. Cliquem na imagem para ampliar. Ou copiem para seu computador e abram, que fica mais legível. Como é colorido, no computador está meio apagado.

Imprensa vendida

 

Recebi esse texto e penso que é por aí mesmo! Uma grande campanha de difamação da Igreja. Reconhecer os erros, a Igreja reconhece. Mas que toda ela seja execrada e abominada, como se só tivesse feito o mal, aí não! Que os culpados sejam identificados, julgados, condenados e paguem pelo seu erro, sim. Mas daí a enxovalhar toda a Igreja, não!

JORNALISTAS VENDIDOS

Ultimamente tenho compreendido porque o jornalismo pode, hoje, ser exercido sem curso superior. Acredito que um dia os jornalistas se valeram daquela premissa de que sua função era a de informar. Parece-me que com o tempo a corrupção de interesses levou nossos comunicadores para outro rumo. A disputa acirrada do mercado e dos anunciantes tem transformado os jornais, revistas, canais de televisão e agências de notícias em verdadeiras empresas e, consequentemente, aquelas que despertarem maior curiosidade com suas “manchetes bombásticas” levam a melhor. Sem contar o compromisso prostituto dessas empresas com o consumismo feroz, porque se seus anúncios não venderem, quem anunciará? Como um jornal pode ser imparcial com essa fome de dinheiro? Somando a isso a formação medíocre dos jornalistas, estou me referindo aos que se dizem formadores de opinião neste País – e fora dele.

Acredito que tudo se acentua quando o tema é a religião, especialmente a com maior influência em boa parte do mundo, o catolicismo. Por ser, talvez, a entidade de maior credibilidade do Ocidente, a Igreja Católica Apostólica Romana se torna um prato cheio para quem quer poder e assumir um lugar conquistado pelos séculos. Com os casos dos padres pedófilos essa imprensa vendida – que não é a mesma imprensa de outrora – juntou a fome com a vontade de comer. Como sacerdote católico, poderia dizer que o que estão fazendo com a generalização desses casos isolados para toda Igreja seria obra diabólica ou satânica, ou anti-católica, mas não digo isso. O negócio em jogo é poder mesmo, é dinheiro, e também a mediocridade e pouco conhecimento da Igreja por parte desses preguiçosos da imprensa, que se utilizam apenas das funções “copiar” e “colar” nos seus modernos computadores, demonstrando total incapacidade para discorrer sobre assuntos referentes à Igreja. Exemplo: o papa Bento XVI enviou, no dia 20 de março (veja bem a data!), uma Carta aos Católicos da Irlanda demonstrando total “assombro” a notícia dos casos de pedofilia naquele país: “Não posso deixar de partilhar o pavor e a sensação de traição que muitos de vós experimentastes ao tomar conhecimento destes atos pecaminosos e criminais e do modo como as autoridades da Igreja na Irlanda os enfrentaram”. Hoje, 4 de abril, ainda leio dia após dia o Jornal A Folha de São Paulo insistindo que o papa nada disse na Semana Santa a respeito dos casos. Esse fingimento cínico e nefasto do jornal é pior do que aqueles programas sensacionalistas de fim de tarde. Empurrando o assunto pra frente, repercutindo o “nada aconteceu” do dia anterior desperta a indignação de qualquer católico. A imprensa ressalva e insiste em destacar a insatisfação das famílias vitimadas pelos pedófilos com relação à carta do papa. É claro que qualquer palavra do papa – ou de quem fosse-  seria insuficiente para consolar esses corações feridos, em contrapartida a imprensa minimiza o que seria uma condenação clara do Santo Padre a estes abusos: “Traístes a confiança que os jovens inocentes e os seus pais tinham em vós. Por isto deveis responder diante de Deus onipotente, assim como diante de tribunais devidamente constituídos”.

Por isso minha indignação: Eles querem que a Igreja pareça indiferente e acuada com os fatos. Insistindo no fato de que o papa nada disse na Semana Santa a respeito deste assunto eles tentam minar a credibilidade da nossa Igreja. E mais, tentam incluir o papa, que exerceu por muitos anos a função de Prefeito da Congregação para a  Doutrina da Fé e jamais foi questionado ou sequer caluniado por qualquer coisa mesmo sendo duro em alguns momentos com teólogos e doutrinas estranhas. Aproveitam para vender mais, anunciar mais, encher os bolsos dos colunistas. As Empresas Jornalísticas desconhecem a história. Mas isso não intimida a Igreja. Ela já se deparou com afrontas muito piores do que estas na sua caminhada milenar. Aliás, a própria imprensa esquece que sua origem está fincada no próprio catolicismo e aqui me valho das palavras de Cristo: “Um servo nunca é maior do que o seu senhor” (Jo15,20). Desconhece que a Igreja Católica não é o papa, a Igreja Católica são 1 bilhão de pessoas. Não imagino que sejam tão ousados de querer a inimizade de tanta gente. O problema não é informar, não é falar desses casos condenáveis. O problema é fingir que a Igreja está feliz com isso tudo. O problema é vender a imagem de que não são apenas alguns clérigos envolvidos, mas a Igreja toda envolvida. Esta é a pior mentira desses meios vendidos de comunicação. Vejo claramente uma tentativa pobre e podre de associar a Igreja à pedofilia. Querem passar a imagem de quem apóia a Igreja e o papa apóia consequentemente estes crimes absurdos. Ironizam os bispos e padres que se pronunciam condenando e ratificando a perplexidade da Igreja diante dos fatos. Ou seja, usam tudo contra a Igreja, transformam tudo segundo seus caprichos.

Porque a Igreja deixaria de cumprir sua missão no mundo para ficar se explicando de um assunto pela qual ela já se manifestou, tanto o papa, como outros membros da hierarquia? Ainda mais para empresas jornalísticas. Deixaram de ser imprensa, são apenas empresas que tem interesses. O problema é que essas empresas falam da Igreja como se ela fosse um grupo de meia dúzia de clérigos e os separa da grande multidão de fiéis. Erram feio, porque a Igreja é um Corpo. Por dois mil anos se vive a certeza de que a Igreja é um Corpo unido, mesmo que alguns membros deste corpo sejam cortados - e quando necessário ela não exita em fazê-lo (MT 5,30). 

A Igreja é muito maior do que esses casos. É a maior entidade em obras de caridade em todo o globo terrestre. Os católicos - e muitos não católicos - sabem o que a Igreja faz em suas comunidades, são testemunhas militantes: crianças subnutridas que ganham saúde e esperança, jovens dependentes das drogas que restabelecem sua vontade de viver, famílias inteiras assistidas pelo quilo de cada fiel católico doado em gesto de partilha, pessoas perdidas que encontram seu lugar para recomeçar. Será que essa imprensa vendida não quer visitar essas periferias da vida para mostrar o trabalho dos padres e agentes de pastoral? Julgo que não, porque isso não desperta a curiosidade do mercado, já que são coisas mais do que cotidianas, fazem parte da história, da vida e da fé nos lugares onde existe uma Igreja Católica Apostólica Romana.

Padre Renato Aparecido da Cruz Souto – Padre Renatinho

Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Santo André

           

             

Tarde de Espiritualidade com frei Paulinho

Hoje estive na tarde de espiritualidade do Centro Loyola, algumas pessoas do nosso grupo também. Frei Paulinho, como sempre, inspirado!
Falou-nos do Tempo, desse tempo mais forte que vamos vivenciar agora, da Semana Santa, onde celebramos a grande Entrega de Cristo por nós.
do Tempo de Deus, do nosso tempo.
Do tempo em que devemos fazer o caminho de volta a Deus - Quaresma.
Falou-nos do Jejum, da Oração, da Esmola, palavras-chave durante a Quaresma.
O Jejum, não é só o deixar de comer, o privar-se de alguma comida, mas privar-nos daquilo que não é essencial, e visando o Outro, a solidariedade. Privo-me de algo, para com isso poder ser mais fraterno(a) e solidária. Principalmente, ver em que estamos gastando, como estamos gastando, seja tempo, seja o que for.
A Oração, não é aquela repetição mecânica de palavras, mas principalmente o silenciar, o ouvir a Deus. Tomar o texto bíblico, ouvir o Senhor.
Esse tempo de 'fazer o caminho de volta para Deus', para mim, pode ser a OC, quando duas vezes ao dia, manhã e tarde, deixo tudo e fico aos Pés do Senhor, disponível, atenta, no silêncio.
E a Esmola, que não é simplesmente dar um dinheiro a um pedinte, para aplacar muitas vezes minha consciência, mas é principalmente a partilha fraterna. Pelo Jejum eu ordeno o atendimento às minhas necessidades, de preservar a vida, a saúde, etc. e aquilo que deixo de gastar superfluamente, posso fazer não a esmola fria e distante, mas posso partilhar, doar. E nem sempre é só o material. Posso doar um tempo, um sorriso, uma escuta fraterna. Penso que muitas vezes gastamos mal o nosso tempo, em coisas supérfluas. Esse tempo, não nos pertence para gastarmos atoa, mas pertence-nos para o Serviço, para estar disponíveis ao Amor. Muitas vezes uma visita a uma pessoa doente, solitária, uma palavra de conforto, vale mais do que doar um milhão em esmolas, de maneira soberba, fria, distante, não é?
Bem, resumi muito simplesmente, a tarde maravilhosa que tivemos, em preparação à Semana Santa.
Que Nossa Senhora e o Divino Espírito nos abençõem e iluminem para que possamos fazer companhia ao Seu Filho, nessa semana onde o Mistério Pascal se realiza de maneira plena. Ele nos ama e cuida de nós!
Um abraço fraterno, um Santo domingo de Ramos, uma Santa Semana,
n'Ele,
jandira
n'Ele,

Tarde de Oração com Frei Paulinho - BH

Queridos amigos,

é com muita alegria que o Centro Loyola convida você e seus amigos para uma Tarde de Espiritualidade no próximo sábado, dia vinte e sete de março, das quatorze e trinta às dezoito horas, com a presença carinhosa do nosso querido Frei Paulinho.

Nesse tempo onde celebramos a fecundidade e a beleza do Mistério Pascal, nosso tema:

               

                            "Ainda agora e sempre

                              o amor complacente."

Estamos esperando por vocês.

Um beijo carinhoso da

Equipe de Espiritualidade do Centro Loyola

R. Sinval de Sá, 700 - Cidade Jardim - Belo Hte. MG

www.centroloyola.org.br

e-mail: centroloyola@centroloyola.org.br

tel: 31-3342-2847

Frei Paulinho, imperdível!!!!

RETIROS 2010 - RIO E BELO HTE.

Quem quiser saber informações sobre os dois retiros no Rio e em Belo Horizonte, a serem conduzidos pelo padre William Barry Malone, por favor, visite nosso site: www.oracaocentrante.org.
Tanto na primeira página, como na página dos 'Retiros Diversos', vcs encontram os links para baixarem os folhetos com detalhes dos retiros.
E por favor, nos ajudem a divulgar.
Que Deus nos abençõe e ilumine a todos que irão participar, que possamos saborear no Silêncio, na Fé, esse momento de aprofundamento e de entrega a Deus, através dessa forma tão simples de estar com Ele!
Abraço fraterno,
em Cristo,
jandira

Oração Centrante e o Vinho da Alegria

Olá queridas(os),
Estou aqui dando uns retoques finais no folheto do retiro da OC em maio, Belo Hte. Em breve vou enviar a vcs, para que nos ajudem na divulgação. E na participação também, claro! Quem puder vir, ficaremos felizes demais! Deus, mais ainda.
Um retiro silencioso como este pretende ser, é sempre uma oportunidade maravilhosa da gente experimentar mais um pouco da paz e felicidade que deve existir no Céu, não é? Deus e silêncio, silêncio e Deus. Onde encontramos tudo e todos! E nós mesmos!
Encontrar a nós mesmos nesses 'tempos bicudos', é já uma grande felicidade, pois tantos parecem tão perdidos! Correndo daqui prá li, perdidos nas nossas prioridades...
Tanta prioridade!!! E DEUS?
Ontem, na nossa reunião semanal, na Lectio (Leitura Orante, para quem não sabe), saí com o texto da 'Videira'. Eu sou a Videira Verdadeira, nos diz Jesus!
Engraçado, o primeiro milagre de Jesus foi numa festa de casamento, a pedido da Mãe. Transformar a água em vinho! E que vinho!
Aí Jesus no texto que mencionei acima, se diz a Videira Verdadeira. E que nós somos os galhos. Quer dizer, devemos sempre estar embriagados desse Vinho Novo, Vinho Bom, que é o Amor de Jesus.  Enchardos, bêbados de amor. (E isso me reporta a Rumi, poeta, poetíssimo sufi. Quem não conhece seus versos, procure conhecer, loguinho.)
Bem, voltando ao texto de ontem, percebo que há videiras que não são verdadeiras, não é? Podemos nos embriagar de coisas ruins, vinhos azedos, estragados. Cuidado! Jesus é a Verdadeira! Sinto que a OC tem sido esse vinho bom na minha vida também. Além de Jesus ser o Vinho por excelência, a OC também tem sido esse vinho da alegria. Quantas vezes fui meditar assim, me sentindo meio apertada, esmagada mesmo, por acontecimentos, sofrimentos diários com aqueles que amamos, etc... e quando termino, estou me sentindo renovada, a esperança acesa no coração!!! Leve e feliz, como depois de um bom vinho, uma comidinha gostosa, hummmmm!
Quando adentramos este espaço interior, onde Ele habita, e aí ficamos, 'sentadinhos', humildes, olhando para Suas Mãos, de onde vêm tudo de bom,  nos sentimos revigorados, fortalecidos! A gente nem precisa falar! Ele sabe tudo! Que bom!
E melhor de tudo, nos ama!
Um abraço fraterno, e um bom vinho a todas(os)!
Em Jesus e Maria,
jandira

Pai Pambo

"Os Padres do Deserto", de Anselm Grun, ed. Vozes

Parafraseando Anselm Grun:

"Pai Pambo dizia: "Se tiveres um coração, podes ser salvo" (Apot. 771)
Nesse cap. 8, Anselm Grun nos recorda os ditos de Pai Pambo, um dos grandes Padres do deserto. Diz-nos que algumas pessoas praticam determinadas formas devocionais para fazerem algo diante de Deus e para sentir-se bem com elas mesmas. Para essas, o que importa não é tanto Deus, mas acreditam que estão se tornando mais perfeitas, buscando talvez até inconscientemente estarem bem consigo mesmas, com Deus, com as outras pessoas. O coração delas pode até estar indiferente, não se abrem realmente à Deus e sua graça, ao próximo e a compaixão que devemos a ele. Muito ocupadas com seu próprio 'umbigo', poderíamos dizer. Agem mais no 'piloto automático', do que por um desejo sincero de buscar a vontade do Pai.
Pai Pambo vem nos alertar para o fato de que o essencial é termos um coração aberto, um coração irmão, que sabe compartilhar os sentimentos, que se deixa tocar, questionar, amar.
Ainda que, pela nossa própria humanidade, muitas vezes nos deixamos extraviar por caminhos outros, fascinados às vezes por coisas que não traduzem a vontade de Deus para nós.
Muitas pessoas 'se matam', literalmente de trabalhar pelo que elas acham ser 'a vontade de Deus', e se frustram e acabam muitas vezes dando um contra-testemunho. Vemos, infelizmente tantos exemplos assim nas nossas igrejas, não é?
Importa, antes, a nossa conversão pessoal - a cada dia.
Oferecer ao Senhor, ainda que seja um coração partido, humilhado, mas totalmente entregue a Deus, ao seu amor, aos nossos irmãos e irmãs, que com certeza se compadecerá de nós, e nos levará pela Mão!
Não é tanto o nosso 'fazer' - embora devamos trabalhar pelo Reino, mas o nosso Coração, que Deus quer.
Por isso, Jesus nos diz: "O Reino de Deus está dentro de vós!"
E é para esse Reino, dentro de nós, que nos voltamos quando praticamos a OC. Buscando encontrar a Deus no silêncio de nosso coração. Onde nos apresentamos, de mãos vazias, com nossas inquietações, dúvidas, angústias, nossas carências, nossa confusão.
"Não sabes de onde vem, nem para onde vai", (Jo, 3,8) mas quando terminamos nosso período de oração, sabemos que estamos mais centrados, mais em paz. Embora, nosso problema possa ainda 'estar ali', sabemos que estamos em boas Mãos! Que Ele cuida de nós!
Um santo domingo a todas(os),
Uma santa Quaresma - que possamos mais e mais voltar para 'Casa', nossa Casa interior, onde Deus habita e nos espera!
Em Jesus e Maria,
jandira
Um abraço fraterno,
em Cristo,
jandira

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Oração Centrante e Lectio Divina
Em português: www.oracaocentrante.org


Mais informações: Jandira Soares Pimentel:
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(Retorne ao seu centro, onde Deus espera por você!)

RETIRO OC - 2010 - AGENDE-SE!

Próximo retiro em Belo Horizonte - 14 a 16/05/2010

Local: Cenáculo - Venda Nova, BH

Orientador: Pe. William Barry Malone

Oração Centrante e 'A Nuvem do não-Saber'

Reserve em sua agenda.

Em breve, mais detalhes.

Contato: oracaocentrante@yahoo.com.br

Lucas 4, 31-37

Fazendo minha Lectio Divina -

"Naquele tempo, 31 Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e aí ensinava-os aos sábados. 32 As pessoas ficavam admiradas com o seu ensinamento, porque Jesus falava com autoridade. 33 Na sinagoga, havia um homem possuído pelo espírito de um demônio impuro, que gritou em alta voz: 34 “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!” 35 Jesus o ameaçou, dizendo: “Cala-te, e sai dele!” Então o demônio lançou o homem no chão, saiu dele, e não lhe fez mal nenhum. 36 O espanto se apossou de todos e eles comentavam entre si: “Que palavra é essa? Ele manda nos espíritos impuros, com autoridade e poder, e eles saem”. 37 E a fama de Jesus se espalhava em todos os lugares da redondeza." (Lucas, 4, 31-37)

Queridas(os),

Escolhi aleatoriamente esse texto na nossa última reunião da OC. Lá praticamos 20 minutos da OC e depois fazemos a Lectio Divina. Geralmente levo variados textos pequenos, copiados da Sagrada Escritura. Podem ser Salmos, textos do Evangelho, do AT, etc. Alguns textos foram 'herdados' de um dos participantes, incluindo-se este aí acima, com o qual fui 'presenteada'. A princípio o li, devagar, como devemos fazer, buscando uma palavra, uma frase que me falasse ao coração. Não buscando analisar, fazer exegese do texto, mas buscando escutar, ouvir o que o Senhor quer me falar.
Bem, mas depois que o li, não encontrei nada a que me agarrar. Li de novo, e de novo. E me perguntei: 'mas o que esse texto está fazendo afinal no meio desses textos da OC?' Geralmente procuro trechos que possam ser relacionados à oração interior, ao silêncio, etc.
Bem, mas aí, de repente 'ouvi':
- primeiro, que Jesus tem Autoridade. Claro, isso logo salta aos olhos. Depois, que Ele nos livra do Mal! E que Ele nos devolve a nós mesmos, nos recoloca no nosso centro. Só Ele pode nos resgatar de nós mesmos, do nosso egoísmo, da nossa miopia espiritual. E fazendo assim, nos salva! Colocar o homem de volta 'nos trilhos', se poderia dizer. Muitas vezes nos deixamos ficar esmagados pelo mal, diante dos revezes da vida, dos sofrimentos, e outras vezes devido ao nosso próprio egoísmo, nossa busca apenas pelo prazer, nos esquecendo de que o 'Caminho é estreito', não é?
Então, nesse 'lugar', bem dentro de nós mesmos, nosso centro mais profundo, que muitas vezes está habitado por trevas densas, de sentimentos negativos, contraditórios, Ele afugenta o Mal, e se desejamos, Ele ilumina com Sua Presença. Porque Ele não nos força, não arrebenta nossa porta interior, mas bate suavemente, e espera que abramos. Aí Ele habita e espera por nós, sempre, com muito amor.
Essa foi minha Lectio nesse dia, e quis partilhar com vocês.
Um abraço grande,
Em Jesus e Maria,
jandira

Lectio Divina - 18/02/2010

1ª Leitura: Livro do Deuteronômio - Dt 30, 15-20

do dia 18/02/2010, quinta-feira após as Cinzas:

Leitura do livro do Deuteronômio - "15 Olha que hoje ponho diante de ti a vida com o bem, e a morte com o mal. 16 Mando-te hoje que ames o Senhor, teu Deus, que andes em seus caminhos, observes seus mandamentos, suas leis e seus preceitos, para que vivas e te multipliques, e que o Senhor, teu Deus, te abençoe na terra em que vais entrar para possuí-la. 17 Se, porém, o teu coração se afastar, se não obedeceres e se te deixares seduzir para te prostrares diante de outros deuses e adorá-los, 18 eu te declaro neste dia: perecereis seguramente e não prolongareis os vossos dias na terra em que ides entrar para possuí-la, ao passar o Jordão. 19 Tomo hoje por testemunhas o céu e a terra contra vós: ponho diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas com a tua posteridade, 20 amando o Senhor, teu Deus, obedecendo à sua voz e permanecendo unido a ele. Porque é esta a tua vida e a longevidade dos teus dias na terra que o Senhor jurou dar a Abraão, Isaac e Jacó, teus pais. - Palavra do Senhor."
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Queridas(os),
As leituras dessa última quinta-feira me tocaram muito, não só a primeira, como o Sl. 1 também, o Evangelho, enfim tudo. Mas fiquei principalmente nessa primeira leitura. Partilho com vcs um pouquinho da minha Lectio nesse dia:

- Deus se coloca diante de nós como o próprio Caminho. Não eram os primeiros cristãos chamados de 'os seguidores do Caminho'? Jesus nos diz que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Pois bem, Deus não nos força, não nos obriga, mas coloca diante do homem, para que escolha, o caminho da Vida e o 'outro' caminho. Com certeza deseja muito que sigamos por Ele. Mas, nos respeita. Se optamos por seguir a deuses estranhos, buscando uma felicidade ilusória, com certeza nos frustraremos, morreremos de sede à beira do caminho. Porque, com certeza, para entrar nesse Caminho, o d 'Ele, precisamos deixar para trás toda uma carga de busca egoística de prazeres e alegrias efêmeros, de prazeres ilusórios e vazios. Colocando no lugar de Deus o que quer que seja - nosso amor-próprio, nossa vaidade, nossa preguiça, nosso descompromisso, nossa busca  por sermos adulados, satisfeitos, atendidos em todos os nossos desejos, etc, jamais seremos plenamente felizes. Por que? Penso porque não estamos buscando a vontade de Deus, mas a nossa. "Buscai primeiro o Reino de Deus e Sua Justiça, e tudo o mais vos será acrescentado", diz o Senhor.
Nunca o ser humano foi tão consumista, tão egoísta, tão voltado para seu próprio umbigo como agora. Mata-se por qualquer coisinha, qualquer briguinha torna-se motivo de destruir o outro. Como nos joguinhos de videogame, a meta é eliminar tudo o que se move na tela, não? No abominável BBB que nunca assisti, graças a Deus, diz-se que todos devem ser eliminados, até ficar apenas um, o 'vencedor'. Que coisa! (E o Brasil inteiro paga fortunas em contas de telefone para eliminar alguém!) Bem, isso é outra estória. Voltando ao texto, depressinha.
O que devemos fazer? "Escolhe, pois, a vida, para que vivas com a tua posteridade, 20 amando o Senhor, teu Deus, obedecendo à sua voz e permanecendo unido a ele. Porque é esta a tua vida..."

E obedecer, é antes de tudo, 'escutar' - segundo a raiz latina da palavra. "Escuta, ó Israel!" - Israel somos cada um de nós. Escuta e vive, escuta e segue Aquele que sussura no profundo do teu coração, chamando-te de volta à casa interior, onde Ele habita! E pela Oração Centrante, sentamo-nos em silêncio diante do Senhor. E escutamos, para obedecer. E fazemos-Lhe companhia. Amorosa companhia.  Até que chegue amanheça o Dia, para cada um de nós!
Um beijo grande, fiquemos unidos(as), no Coração de Jesus e de Maria,
n'Eles,
jandira

'Ele e Eu' - Gabrielles Bossis

Uma pequena tradução:

Jesus dizendo à Gabrielle Bossis:
"Minha criança, pondere frequentemente no valor do momento presente, no perigo de ficar presa ao passado e à inutilidade de querer adivinhar o futuro. Apenas viva o pequeno momento que você tem em suas mãos. Com amor e simplicidade."
(tradução livre de 'He and I', pg 329)

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Penso que todos nós já ouvimos mil e uma vezes da importância de vivermos apenas o momento presente, para inclusive mantermos nossa saúde mental e física. Muita preocupação com o passado, ficarmos presos ao que já se foi, não nos adianta em nada, é uma perda de tempo que nos amarra ao que se foi, inutimente, só trazendo sofrimento.
Agradeçamos pelo passado, quer ele tenha sido bom ou nem tanto. Pois sempre aprendemos com tudo na vida. E entreguemos a Deus o nosso futuro. Vamos então ter tempo, disposição e alegria para saborearmos o MOMENTO PRESENTE, o único que temos em mãos, na verdade. É a nossa oportunidade de amar, de fazer o bem, de sermos felizes. A OC nos ensina isso todos os dias, quando nos sentamos para meditar. Vamos aprendendo mais e mais a viver no Aqui e Agora de Deus!

Ontem vi pela tv um programa do Dr. Phil, pessoas portadoras de uma doença degenerativa, que, ao descobri-la, mudaram a maneira de conduzirem suas vidas. Deram uma guinada e algumas, resolveram fazer tudo o que não tinham feito ainda, realizando sonhos, etc. Uma delas, compareceu ao programa com lágrimas nos olhos, dizendo que, pessoas que se descobriram com uma doença terminal, resolveram viver a vida de modo intenso. Como ela, dando novo significado às pequeninas coisas, alegrias mais simples, etc. E ela estava ali para dizer a TODAS AS PESSOAS, QUE NÃO TÊM UMA DOENÇA TERMINAL, QUE TAMBÉM FAÇAM ISSO! QUE VIVAM SUAS VIDAS INTENSAMENTE!
E eu penso: o que é isso, senão buscar viver AO MÁXIMO, NA PRESENÇA DE DEUS? COM MUITO AMOR E ENTREGA? Buscando-O de todo coração?
Não é isso?
Um abraço grande,
n'Ele,
jandira

Lidando com a Raiva

Olá queridas(os),
Um textinho pra vcs:

"Zonas de energia

'... Quando sentimos muita raiva, devemos nos abster de reagir, ou seja, de falar ou fazer qualquer coisa. Dizer ou fazer alguma coisa enquanto estamos com raiva não é uma atitude sábia. Repito: a primeira atitude é nos voltar para dentro de nós a fim de cuidar bem da nossa raiva.
A raiva é uma zona de energia dentro de nós. É uma parte nossa que está sofrendo e que precisa dos nossos cuidados. A melhor maneira de fazer isso é gerar outra zona de energia capaz de abraçar e cuidar da nossa raiva. A segunda zona de energia é a energia da plena consciência gerada através da respiração e do andar conscientes. Todos somos capazes de gerar a energia da plena consciência.
Plena consciência é sinônimo de mente alerta. Significa estar presente, saber o que está acontecendo, tomar a rédea de nossos sentimentos, em vez de nos deixarmos arrastar por eles. A energia da plena cosnciência é como a irmã ou irmão mais velho, ou a mãe que segura nos braços o filho, cuidando bem do bebê que está sofrendo, que é a nossa raiva, desespero ou ciúme.
A Zona de Energia Um é a raiva e a Zona de Energia Dois é a Plena consciência. A prática consiste em usar a energia da plena consciência para reconhecer e abraçar a energia da raiva. Você tem que fazer isso com ternura, sem violência. Repito: não se trata de reprimir a raiva. A plena consciência é você e a raiva também é, de modo que você não deve se transformar num campo de batalha, em que um lado combate o outro. Você não deve acreditar que a plena consciência é boa e correta, enquanto a raiva é má e errada. Você só precisa reconhecer que a raiva é uma energia negativa e que a plena consciência é uma energia positiva. Depois, você pode usar a energia positiva para cuidar da negativa. Não se trata de combate, mas de cuidado."

Sentimentos orgânicos

Tanto os nossos sentimentos negativos quanto os positivos pertencem à mesma realidade. Por isso não há necessidade de lutar. Precisamos somente abraçar e cuidar. Na tradição budista, meditar não significa tornar-se um campo de batalha, com o bem combatendo o mal. Esta noção é muito importante. Você pode pensar que precisa combater o mal e expulsá-lo do seu coração e da sua mente. Mas esta é uma idéia errada. A prática consiste em transformar. Se não existir o lixo, não temos nada com que fabricar o adubo. E, se não possuímos o adubo, não temos como nutrir a flor que existe em nós. Você precisa do sofrimento e dos problemas. Como eles são orgânicos, você sabe que pode transformá-los e usá-los da maneira adequada.'"

(do livro: Aprendendo a Lidar com a Raiva - sabedoria para a paz interior, Thich Nhat Hanh, ed. Sextante)
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Vocês podem se perguntar o que tem esse texto com a OC? Bem, somos humanos e não somos anjos. Todos temos nossos momentos de raiva e outros sentimentos considerados menos 'nobres'. Acontece que com a prática da OC tudo isso pode subitamente aflorar. Nos percebermos como pessoas capazes de muita raiva e também acabamos sentindo culpa, porque nossa auto-imagem não é 'tão bacana' quanto queríamos que fosse. Afinal, somos pessoas que buscam a Deus, que meditam, que nos julgamos 'contemplativos', etc. Mas, já postei aqui um texto bem parecido do Anselm Grun, monge beneditino, cristão católico. Enquanto o de hoje é de um monge budista, vietnamita, podemos perceber a mesma sabedoria e o mesmo conselho, com outras palavras, nos dois. Outros autores também irão dizer o mesmo. Não adianta negar o sentimento, negar que somos capazes de ter e até, o que não é recomendável, guardar raiva, 'cozinhá-la' em banho-maria. Diz S. Paulo que não devemos deixar 'o sol se por sobre nossa ira'. Ele também nos daria o mesmo conselho. Nos percebendo assim, tão humanos, afinal Jesus também não se irou contra os vendilhões do templo? - nos desanima? Não! O que devemos fazer? Aprender com nossos sentimentos, todos eles.
Encarar o sentimento, procurar ver o que ele quer nos ensinar.
Pe. Thomas Keating talvez nos dissesse para procurarmos ver de qual dos nossos três "Centros de Energia" ele provém: Centro de Energia de Afeição e Estima, de Segurança e Sobrevivência, ou de Poder e Controle. Em seus livros ele fala sobre os três. De qualquer forma, é preciso sempre voltar ao Silêncio, aprender com tudo o que vivemos. Nossa vida é nossa experiência, nossa mestra.
Um abraço fraterno,
Em Jesus e Maria,
jandira

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Oração Centrante e Lectio Divina
Site em inglês:
Em português:
Em espanhol:

Bibliografia em Português:
"Oração Centrante - Basil Pennington, ed. Palas Athena
"Mente Aberta, Coração Aberto", Thomas Keating, Loyola(2005)
veja mais no site da OC, acima.

Mais informações: Jandira Soares Pimentel:
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(Retorne ao seu centro, onde Deus espera por você!)